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Olá, meus amigos, me chamo Brunno Fast e bem-vindos a mais uma review.

Desta vez, eu trago Mars 2120, um Metroidvania desenvolvido e publicado pela QuByte.

Quero ressaltar que recebi a chave da QuByte para tornar esta review mais acessível.

Mars 2120 chegou ao mundo por meio do acesso antecipado na Steam, no fim de 2022. No dia 1º de agosto, chegou a hora do lançamento final, tanto no PC quanto para todos os consoles, mas será que estava na hora certa para o jogo ser lançado?

É o que vou falar nessa matéria.


Existem muitas variáveis que influenciam na data de lançamento de um jogo, mas, olhando estritamente do ponto de vista do jogo em si, infelizmente, não creio que esse tenha sido o melhor momento.

Não é que a campanha esteja incompleta ou insuficiente; ela traz bastante conteúdo de jogo. Porém, é no acabamento de Mars que há aspectos específicos a serem considerados.

Vamos começar falando das coisas que gostei!

O principal trunfo do game, na minha opinião, são os visuais, feitos em 2,5D, que são bonitos e bem construídos, dando uma noção de variedade e profundidade. Sim, você já viu esses lugares antes: instalações de pesquisa, cavernas de gelo, estufas botânicas e fábricas, mas cada local se distingue dos demais, subdividindo-se em diferentes áreas do mapa, cada uma com sua variação do tema.

Algo interessante aplicado aqui é que a câmera se move para aproveitar o misto de gameplay 2D em um cenário tridimensional, aproximando-se, dobrando esquinas e fazendo curvas com perspectivas que, sempre que utilizadas, adicionam um certo dinamismo à jornada pelo planeta Marte.

Sim, como o nome já diz, o jogo se passa em uma colônia humana em Marte e emprega a velha narrativa misteriosa da população pedindo socorro, que leva alguém a explorar o local e descobrir o que aconteceu. Tanto a abordagem da soldado espacial de armadura quanto a ambientação solitária e opressiva de entrar mais fundo em um lugar marcado pela morte e perigo remetem a jogos como Dead Space e Metroid, sendo esta última série uma inspiração já declarada pela própria equipe da QUByte.

Os problemas atrapalharam muito?


Aqui, já começamos com alguns problemas, do tipo que não impedem o progresso da gameplay, mas que tiram o seu hype e a apreciação pelo jogo. Não digo isso no sentido de contestar uma escolha de narrativa minimalista, mas de insuficiência de explicações. Um exemplo: eu só sei que a protagonista se chama Sargento Anna Charlotte porque vi nas descrições oficiais, mas o próprio jogo não a apresenta para quem joga. Ou seja, no material de divulgação foi importante dar nome à heroína, mas o mesmo não ocorre devidamente dentro do jogo.

A cena de abertura mostra Charlotte saindo de uma nave acidentada na superfície do planeta vermelho, para seguir até as instalações da colônia. Há um pouco de narrativa ambiental ao vermos sangue, cadáveres e monstros pelos corredores, o que é levemente incrementado com alguns áudios aqui e ali que dão pistas superficiais do que aconteceu, que, inclusive, são localizados em PT-BR.

Um jogo como Super Metroid consegue desenvolver toda sua campanha sem explicações, mas isso acontece porque a motivação e o objetivo final são deixados muito claros na cena de introdução. Em Mars 2120, a sensação é de andar simplesmente pela colônia, enfrentando monstros, mas sem um propósito claro. De forma útil, existem marcadores de objetivo na forma de exclamações no mapa, conduzindo o passo a passo para não nos deixar perdidos, mas eles não se mesclam à narrativa: derrote um chefão em um marcador e outro aparecerá no mapa, sem motivo aparente além de uma sequência prática baseada no ganho de habilidades.

O mapa também tem problemas. Há dois formatos: o mapa geral, com todas as áreas juntas, representadas por polígonos, e os mapas de locais, com apenas uma área, mostrada em detalhes. Esse sistema compartimentado torna a visualização limpa, mas minha experiência não foi muito intuitiva e diversas vezes me vi tentando entender os encaixes entre as áreas para decidir meu trajeto. Para agravar, há algumas inconsistências no mapa, com ícones ausentes ou errados e até nomes sem sentido.

No entanto, é notável o trabalho dedicado ao mapa. Nas configurações, há uma série de opções detalhadas para torná-lo mais ou menos explícito, como nunca vi em um metroidvania. Essa contradição é um exemplo de que o jogo em si não é ruim, mas ainda não está pronto.

Mas me deixa falar um pouco do Combate!

Que acaba sendo outro exemplo disso. No lado técnico, é bastante dinâmico, com ataques à distância e corpo a corpo, com alternância entre três elementos diferentes (eletricidade, fogo e gelo), cada um com suas próprias técnicas especiais para serem encontradas. Nesse ponto, destaco um aspecto positivo de game design bem-feito: as técnicas elementais servem tanto para lutar quanto para progredir no caminho, pois muitas delas serão necessárias para ir avançando no game.

Por exemplo: a granada de gelo ataca inimigos, mas também congela superfícies de água para Charlotte poder passar. O campo elétrico paralisa oponentes, mas também ativa disjuntores e faz certos objetos flutuarem, criando pontos de apoio mais altos.

Ainda assim, as lutas em si precisam de ajustes. Alguns inimigos básicos ficam presos em animações de dano enquanto atiramos neles, sem conseguir reagir. Outro tipo de inimigo acaba reagindo rápido demais, não dando tempo para você desviar.

Os chefes também não empolgam e precisam de ajustes: o primeiro fica parado do começo ao fim, lançando seus ataques de longe. Outro só pode ser atacado em um momento específico, mas a frequência com que isso acontece é incerta, e a luta se estende por bastante tempo, sempre esperando essas brechas, tornando-a uma espera um pouco tediosa e repetitiva. Sobre os elementos, está um pouco desbalanceado, pois o tiro elétrico causa pouco dano, mas o de gelo causa muito; em compensação, o de fogo depende muito da ocasião, e nem estou falando de pontos fracos de inimigos e chefes.

Há pequenos defeitos, às vezes tão bobos que são mais falta de acabamento do que problemas reais. Outro exemplo muito básico são os colecionáveis luminosos que dão pontos de experiência. Você os coleta e nada explícito acontece, nem um som mais alto ou característico. Será que recupera vida? Tive que verificar a contagem de XP antes de pegar mais um desses para descobrir o que dava e o quanto dava. Falta um explicativo ou uma janela de pop-up de texto dizendo “+250 XP”.

O próprio sistema de experiência não é equilibrado, mas também não atrapalha. Charlotte tem um quadro de melhorias pré-definidas que podem ser compradas sempre que encontramos seu item correspondente. Essa parte de habilidades funciona bem, estimula a exploração e dá sensação de recompensa e de evolução. No entanto, o XP é irrelevante, uma vez que eu acumulei cada vez mais e sempre tinha dez vezes mais do que o necessário para gastar; no final, você compra todas as habilidades e ainda sobra muita XP.

Só mais um exemplo: ao conseguir um item para melhoria, surge uma caixa de texto dizendo: ‘compre na sala de navegação’. Você abre o mapa e não encontra nada com esse nome, mas descobre que aquilo se refere à ‘sala segura’, onde salvamos o jogo. No menu de salvamento, no entanto, o arquivo diz ‘sala de controle’. São três nomes diferentes para o mesmo local.

Inclusive, eu tive problemas para salvar o jogo. Eu joguei na versão de PS5 e, em determinados momentos do jogo, não salvava; só percebi quando precisei jogar tudo de novo.

Eu cheguei a reportar esse problema para a QUByte e eles corrigiram no patch de Day One, então depois tudo ficou normal, porém o travamento na hora de salvar ainda permanece.

Com todos esses pontos, minha conclusão é de que Mars 2120 entra na categoria de um jogo que ‘não é ruim’. O ‘mas’ aqui é sobre acabamento, balanceamento e narrativa, pontos que podem ser ajustados no futuro. A equipe informou que já está trabalhando para aprimorar alguns dos pontos que mencionei aqui, como o mapa, os ajustes dos chefes e a apresentação da heroína.

No geral, a base e os conceitos são sólidos, mas a execução deixa um pouco a desejar. Porém, pelo preço praticado de 60 reais, faz com que o jogo seja acessível, um bom preço pelas 7 ou 8 horas que demorei para terminar, isso sem contar a platina, pois tem troféu de speed run também, que precisa de mais um new game e terminar o jogo em menos de 4 horas.

Mas vamos ao Veredito

Mars 2120 tem potencial para ser um bom jogo e até tem sucesso nos visuais e na versatilidade das habilidades, mas problemas de execução e um lançamento um pouco precoce o impedem de brilhar no estado atual. Vale lembrar que joguei a versão de PS5, então não consigo dizer como estão as outras versões. Não consigo também fazer comparações boas com outros metroidvanias de hoje em dia, pois a régua está muito alta, principalmente se eu for comparar com Prince of Persia: The Lost Crown, que é um dos melhores jogos do ano para mim. Por isso, preciso dar a nota de 6,5 aqui do canal, dizendo que o jogo é uma experiência boa, porém, daqui a um tempo, vai ficar ainda melhor.

Novamente, agradeço à QUByte pela chave disponibilizada. Infelizmente, tive o atraso da review por causa do problema no save, que já foi corrigido.

Mas agora eu quero saber de vocês: estão jogando Mars 2120, pretendem jogar, ou o que estão achando?

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Eu vou ficando por aqui. Muito obrigado e até o próximo vídeo. Valeu, tchau!

6.5 Ficou devendo

Mars 2120 tem potencial para ser um bom jogo e até tem sucesso nos visuais e na versatilidade das habilidades, mas problemas de execução e um lançamento um pouco precoce o impedem de brilhar no estado atual. Vale lembrar que joguei a versão de PS5, então não consigo dizer como estão as outras versões. Não consigo também fazer comparações boas com outros metroidvanias de hoje em dia, pois a régua está muito alta, principalmente se eu for comparar com Prince of Persia: The Lost Crown, que é um dos melhores jogos do ano para mim. Por isso, preciso dar a nota de 6,5 aqui do canal, dizendo que o jogo oferece uma experiência boa, porém, daqui a um tempo, vai ficar ainda melhor.

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BrunnoFast é jogador multiplataforma, analista de sistemas, que tem uma grande paixão pela Sony e a Nintendo! Franquias favoritas Final Fantasy, Assassin’s Creed, Zelda, Mario e The Last Of Us!

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