Finalmente, após 4 anos de espera, Final Fantasy VII Rebirth foi lançado para dar continuidade aos eventos de Final Fantasy VII Remake (2020).
E não se preocupe, pois esta análise está livre de spoilers!
Essa continuação do projeto de remake do clássico RPG de 1997 apresenta visuais atualizados, uma jogabilidade que mescla ação frenética com a estratégia clássica da franquia e introduz novos mistérios para enriquecer ainda mais a história, mantendo os jogadores surpresos e aflitos, mesmo em uma história já conhecida.
Confira agora a análise de Final Fantasy VII Rebirth feita pelo Hypando Games!
Para quem é esse jogo?
O game trata-se de um RPG de ação, com uma dose considerável de estratégia, que oferece combates frenéticos e cenas de história deslumbrantes. Os personagens são extremamente cativantes, e o vasto mundo criado está repleto de oportunidades de exploração, desde atividades pontuais e missões secundárias bem elaboradas, a até chefes e summons secretos.
Além disso, o jogo apresenta uma grande variedade de mini-games que são muito bons, mas também são muitos em quantidade, muitos mesmo, sendo alguns obrigatórios para a progressão, então quem não gosta disso pode acabar se cansando em alguns momentos. Mas dentre os mini-games se destaca um envolvente jogo de cartas, que promete manter os jogadores viciados por horas a fio.
O jogo, como um típico Final Fantasy, se desenrola em um universo de fantasia à beira do colapso, onde os personagens embarcam em uma jornada para derrotar os vilões que ameaçam a existência do planeta.
O jogo transita habilmente entre momentos fofos e descontraídos até sequências de ação épicas e de escala monumental, enfrentando perigos reais e consequências carregadas de drama e emoção. É uma experiência envolvente que cativa e emociona profundamente o jogador, com uma história complexa, épica e memorável.
É preciso jogar os anteriores?
Como esse jogo é uma sequência direta, é altamente recomendável ter jogado pelo menos o Final Fantasy VII Remake (2020) e também sua DLC com a Yuffie, chamada InterMission. Mas para conseguir pegar todos os detalhes e referências do game, e entender bem o impacto do novo arco com o personagem Zack Fair, é importante também ter jogado o Final Fantasy VII original (1997) e também o spin-off Crisis Core (2007) que conta a história de Zack. Esse último jogo recebeu um remaster chamado Crisis Core: Final Fantasy VII Reunion (2022).
Mas se quiser começar direto pelo Rebirth também não tem problema. Ele tem um vídeo que relata os principais eventos anteriores para te contextualizar na história.
Localização e dificuldade
Infelizmente, o jogo não conta com dublagem em português brasileiro, mas oferece legendas em pt-br. Já na dificuldade o game é bastante acessível, contando inicialmente com as dificuldades: fácil, normal e dinâmica. Sendo que a dificuldade dinâmica é recomendada para quem busca um bom desafio.
1. Diversão
Absolutamente divertido do início ao fim. A Square Enix realmente caprichou muito dessa vez. O combate é maravilhoso e viciante, com batalhas de chefes épicas. A trilha sonora é de altíssima qualidade e repleta de nostalgia, enquanto os personagens e a história são cativantes, como já vimos no jogo anterior da série.
O destaque aqui é que eles dessa vez capricharam muito no mundo aberto do jogo, de uma forma que é absolutamente divertido explorar cada canto e realizar cada uma das atividades, missões secundárias e mini-games.
2. Gráficos
Gráficos absolutamente incríveis com uma alta qualidade de produção. Todos os ambientes do original foram completamente reimaginados numa escala grandiosa, oferecendo um misto de vislumbre e nostalgia.
Os destaques visuais incluem os cenários de cada região, com pontos, paisagens e cidades importantes do jogo no horizonte. Além disso, o visual de todos os personagens do jogo, sejam eles principais ou NPCs espalhados pelo mundo, também é digno de nota.
O combate é um espetáculo visual por si só, com criaturas e chefes extremamente detalhados, alguns tão belos que chega a dar pena derrotá-los em combate.
Entretanto, uma parcela do potencial gráfico se perde no modo de desempenho, aspecto que será abordado detalhadamente na seção específica desta análise.
3. História
Os eventos de Final Fantasy VII Rebirth continuam a partir dos acontecimentos de Final Fantasy VII Remake (2020), com o protagonista Cloud Strife e seus amigos embarcando em uma jornada pelo mundo para enfrentar o vilão Sephiroth, cujo plano ameaça a destruição do planeta. Ao longo do caminho, encontram-se diversos aliados e vilões, em uma trama cativante e envolvente.
Sem entregar nenhum spoiler, é seguro afirmar que a história deste jogo é excepcional do começo ao fim, deixando uma marca profunda, como é de se esperar de um bom Final Fantasy.
Apesar de ser um remake, a trama introduz novos mistérios que mantêm o jogador intrigado, tornando impossível prever o desenrolar dos acontecimentos.
Grande parte do jogo segue a história e eventos do original, porém totalmente reimaginados para a atual geração. Assim, a nostalgia é garantida e muito bem explorada.
4. Gameplay
O jogo mantém a fantástica jogabilidade frenética de ação misturada com estratégia do original. Além dos já conhecidos Cloud, Barret, Tifa e Aerith, agora também temos novos personagens jogáveis na equipe: Red XIII, Yuffie e Cait Sith, totalizando 7 personagens com gameplay únicas.
Como era de se esperar, é possível controlar até três personagens durante os combates, enquanto os outros oferecem suporte de fora. O game permite montar equipes e alterná-las rapidamente entre cada confronto.
A grande inovação aqui são as ações de sinergia, que combinam golpes especiais entre os personagens. Para ativá-las, basta utilizar as habilidades individuais de cada um, enchendo suas barras de sinergia. Quando estiverem prontas, essas habilidades permitem executar poderosos ataques combinados.
Cada inimigo do jogo possui resistências e vulnerabilidades específicas, tornando essencial a escolha da melhor estratégia de combate para derrotá-los, especialmente contra inimigos especiais e chefes.
Outra adição bem-vinda no combate é o parry, que permite desestabilizar inimigos ao realizar uma defesa precisa e sincronizada com seus ataques.
E não podemos deixar de mencionar os Summons, essas magníficas invocações que continuam fazendo parte desta sequência, agora com ainda mais opções à sua disposição conforme explora o vasto mundo do jogo.
5. Conteúdo
Um jogo repleto de conteúdo de alta qualidade! São mais de 100 horas de gameplay para os jogadores que gostam de explorar cada canto do mapa. E mesmo se você não for um jogador assim, estou certo de que se tornará! Sério, o conteúdo está excelente.
Uma das minhas principais críticas à franquia Final Fantasy era a qualidade duvidosa das missões secundárias e da exploração opcional. A única exceção que realmente me agradou em termos de exploração opcional do mundo foi em Final Fantasy XII de PS2 (2006). No entanto, sem dúvida, a Square fez a lição de casa desta vez e acertou em cheio com o Rebirth!
Mundo Aberto
O mundo aberto está repleto de atividades que naturalmente convidam à exploração, com uma variedade de inimigos, combates emocionantes e pontos de interesse. O melhor de tudo é que cada uma dessas atividades oferece recompensas verdadeiramente satisfatórias, que vão desde itens, magias e acessórios, até a melhoria das relações com outros personagens e a liberação de novos summons e chefes secretos.
Durante a exploração, você encontrará torres de observação do mapa, áreas de combate contra inimigos especiais, pontos de viagem rápida, cavernas, templos e uma variedade de vilas e cidades ricamente detalhadas.
Chocobos
As adoráveis criaturas mais queridas da franquia estão de volta! E mantendo aquela característica especial do Final Fantasy VII original (1997) onde em cada região, você encontrará chocobos de cores diferentes, cada um com habilidades únicas. Eles são essenciais para explorar o mundo de diferentes formas, ainda mais que as regiões do game se tornam cada vez mais interessantes e complexas em termos de level design à medida que se avança para novas áreas.
Veículos e Viagem Rápida
Outro elemento que vem do jogo original são os veículos, que não apenas servem como meio de transporte, mas também proporcionam acesso a novas áreas que só podem ser alcançadas por eles.
Além disso, o jogo se expande à medida que avança na história, permitindo revisitar áreas anteriores por meio de viagem rápida. Isso elimina a preocupação de deixar atividades pendentes para trás, garantindo uma experiência mais completa e satisfatória.
Missões Secundárias
Neste jogo, as missões secundárias são cuidadosamente elaboradas e na quantidade certa. Não há uma sequência interminável de tarefas aleatórias, como visto em outras entradas da franquia. Em vez disso, encontramos poucas missões secundárias por região, mas cada uma contribuindo para a melhoria do relacionamento com um dos personagens da equipe.
Mini-Games
O jogo apresenta uma grande variedade de mini-games, incluindo partidas de tabuleiro, corridas de moto, corridas de chocobos, lutas, nado com golfinho e diversos desafios de combate.
A maioria dos mini-games são cuidadosamente elaborados e proporcionam muita diversão. No entanto, dois deles se destacam: tocar piano e o jogo de cartas Queen’s Blood.
Piano
O mini-game do piano é simplesmente sensacional, semelhante ao Guitar Hero, mas jogado com os analógicos, o que surpreendentemente funciona muito bem! Acertar todas as notas é extremamente satisfatório, pois a música evolui dinamicamente de uma composição simples para algo cada vez mais grandioso, sofisticado e absolutamente deslumbrante de se ouvir.
Queen’s Blood
Já o jogo de cartas Queen’s Blood é o morango no topo do bolo deste jogo. No melhor estilo de Gwent, de The Witcher, aqui também enfrentamos diversos jogadores ao redor do mundo, ganhando novas cartas e até participando de torneios.
O jogo de cartas é incrivelmente rápido, divertido e muito intuitivo de aprender. Após algumas poucas partidas iniciais, é impossível resistir ao desafio ao encontrar um novo competidor.
E não para por aí, o jogo de cartas foi tão bem elaborado que é possível criar diferentes decks com várias estratégias e estilos de jogo. Além disso, há até mesmo uma missão de história com muito mistério por trás da criação deste jogo.
6. Progressão
O jogo apresenta uma progressão perfeita, combinando momentos mais lineares focados em missões de história com períodos de exploração livre do mundo, de forma bem equilibrada. E conforme avança na história principal, desbloqueia novas regiões para explorar.
A progressão dos níveis e habilidades dos personagens é excelente, com uma ampla variedade de Matérias de magia, melhorias de atributos e vantagens à disposição. Além disso, há uma grande diversidade de armas, árvores de habilidades e atributos para aprimorar sua equipe, oferecendo diversas formas de evolução.
O jogo é dividido em capítulos, e a cada nova região do mundo é perceptível um aumento no nível e complexidade do level design, com algumas regiões apresentando até mesmo muita exploração vertical.
Quanto à progressão da história, como esperado da franquia, ela se desenvolve de forma crescente, tornando-se cada vez mais épica e surpreendente à medida que avança.
O jogo oferece três modos de dificuldade: fácil, normal e dinâmico. A dificuldade dinâmica é altamente recomendada para aqueles que procuram um desafio desde o início. Após completar o jogo, desbloqueia-se a seleção de capítulos e mais um nível de dificuldade, o modo Hard, permitindo aos jogadores aprimorar ainda mais seus personagens e criar builds mais complexas para enfrentar os desafios mais difíceis do jogo.
7. Desempenho
Atualmente, o jogo oferece três opções gráficas, e aqui está uma análise da experiência de cada uma:
- Gráficos: Modo a 30 fps com gráficos e resolução no máximo de qualidade. O jogo roda de forma estável e neste modo ele é visualmente deslumbrante.
- Desempenho Nítido: Modo a 60 fps com uma resolução de imagem quase aceitável. O jogo mantém uma estabilidade de desempenho, porém a imagem pode parecer um pouco borrada devido à resolução reduzida.
- Desempenho Suave: Modo a 60 fps com uma suavidade notável, mas com a resolução significativamente reduzida, resultando em uma imagem incômoda e borrada.
Por aqui, no Hypando Games, preferimos jogar no modo gráfico a 30 fps devido ao desconforto causado pela perda de qualidade e resolução nos modos a 60 fps.
Em todos os modos, o jogo enfrenta problemas com texturas em alguns cenários, onde elas não são carregadas apropriadamente ficando completamente borradas e indefinidas, o que certamente compromete a imersão em alguns momentos. Embora não seja algo tão frequente ou irritante, é perceptível quando ocorre.
Felizmente, o jogo não possui outros problemas significativos, e aqueles relacionados ao progresso do jogo já foram corrigidos na atualização 1.030.
Conclusão
Final Fantasy VII Rebirth é uma das melhores adições à franquia em sua totalidade. Representa um exemplo genuíno do que um Final Fantasy deve ser, oferecendo tudo o que os fãs esperavam. Destaca-se especialmente pelo vasto conteúdo de exploração que torna o jogo extremamente divertido e gratificante.
O jogo nunca decepciona, mantendo-se fiel ao original enquanto atualiza, inova, expande e adiciona novos mistérios, proporcionando uma experiência nova e imprevisível.
É impossível não recomendar este jogo, pois ele tem tudo para ser um dos melhores jogos do ano!
Final Fantasy VII Rebirth é uma verdadeira obra-prima da Square Enix, oferecendo uma experiência de jogo que transcende as expectativas dos fãs. Com gráficos deslumbrantes, uma história envolvente e uma jogabilidade cativante, o jogo honra sua herança enquanto introduz novidades e surpresas. O vasto mundo aberto, repleto de atividades e missões secundárias bem elaboradas, garante mais de 100 horas de diversão. Com uma progressão sólida e opções de dificuldade flexíveis, Final Fantasy VII Rebirth se destaca como um dos melhores jogos da franquia e um forte candidato a jogo do ano.
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Diversão
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Gráficos
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História
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Gameplay
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Conteúdo
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Progressão
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Desempenho